quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Declinações no alemão

Ao contrário do Latim, que declina somente os substantivos, o alemão declina os artigos que precedem os substantivos e, às vezes, os substantivos também.
Essas declinações são tão complicadas que me fizeram abandonar os estudos do alemão em 90 para poder me dedicar ao japonês. Creio que a minha maior falha foi tentar decorar a tabela completa de declinações sem ter exemplos que me ajudassem a fixar o conteúdo.
Bom, vejamos as declinações em alemão. Dos idiomas europeus que usam os CASOS ou DECLINAÇÕES, creio que o alemão seja o idioma com menos casos: Nominativo. Acusativo, Dativo e Genitivo. Quando tentei estudar russo e, pior ainda, finlandês(15 casos?), fiquei com esgotamento mental de tanto aprender terminações gramaticais...
Vou tentar exemplificar o que disse, para que os prezados leitores não sofram alguma anomalia cerebral.
Eu falo com o professor: Ich spreche mit DEM Lehrer
Eu falo com a professora: Ich spreche mit DER Lehrerin
Eu falo com os professores: Ich spreche mit DEN LehrerN
Eu falo com as professoras: Ich spreche mit DEN Lehrerinnnen
Os exemplos acima são de usos do caso DATIVO, respectivamente no singular masculino, singular feminino, plural masculino e plural feminino.

Agora vejamos exemplos com o ACUSATIVO:
Eu vou ao supermercado: Ich gehe in DEN Supermarkt.
Eu vou ao cinema: Ich gehe INS (In+DAS) Kino
Eu vou à escola: Ich gehe in DIE Schule
Eu vou aos supermercados: Ich gehe in DIE Supermärkte

Outro ponto que deve ser citado é que em alemão há 3 gêneros: Masculino, feminino e neutro.
Cada gênero tem uma terminação diferente para cada caso, no singular e no plural.
Vamos deixar o genitivo e o nominativo para a próxima lição, antes que a cabeça de alguém fique KAPUTT!!!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Conceito de declinações

Quem já estudou o idioma ou, sendo mais exato, ousou aprender a língua alemã deve ter se intimidado com as declinações, que correspondem a terminações especiais dos substantivos para indicar uma função gramatical. Alguém pode estar pensando ¨Júlio pare de falar em grego¨ (Grego têm declinações ainda mais complicadas!) e explique melhor o que é declinação. Pelo fato de a função gramatical das palavras não mudar em português, tentarei dar alguns exemplos em Latim, idioma cujas aulas ¨assassinei¨ em favor de campeonatos ¨perde paga¨ de sinuca no pátio da UFRJ. Às vezes também cedia à tentação de tirar meus créditos de ¨optativa trailer¨ , onde compartilhava idéias com companheiros que degustavam um ¨suco de cevada¨. Cícero deve estar rolando no túmulo agora...
No primeiro ano de estudos na UFRJ tive aulas de Latim e fiquei assustado pelo fato de os substantivos terem diferentes terminações. Por exemplo a frase ¨A mulher ama o lobo¨ (Não digam que é uma frase inútil pois pode ser necessária algum dia...) seria ¨Femina amat lupum¨ (A mulher ama o lobo), sendo que LUPUM é a forma acusativa (Objeto direto) de LUPUS (Forma de sujeito ou NOMINATIVO). Mudando o sujeito para ¨LUPUS, teríamos ¨Lupus amat feminam¨, demonstrando que o substantivo ¨FEMINA¨ leva a terminação –m quando desempenha a função de ACUSATIVO (Objeto direto). Estas funções são chamadas CASOS e os nomes das declinações e as respectivas funções gramaticais encontram-se abaixo:
Nominativo(Sujeito), Acusativo (Obj.direto), Dativo (Obj.ind.), Genitivo (Posse) , Ablativo (Instrumental). Para quem tiver mais interesse em latim, creio que o seguinte link seja interessante: http://www.geocities.com/a_c_machado/Latim5.html
Está pronto para o alemão agora? Ainda há tempo para FUGIRUM AGORUM!!!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Minha paixão pela língua alemã

Quando estava na 2. série do 2. grau em 1989 (Como o tempo voa...)no Colégio Curso Martins no Méier (Desculpem-me por tantos detalhes de lugares e escolas que muitos não conhecem) tinha um amigo cujo apelido era Ninja(Adolescente tem muita criatividade, não é), cuja vó havia morado na Alemanha e sempre compartilhava a beleza da língua e literatura alemãs. Depois de ter viciado totalmente no inglês e já falar fluentemente pensei – Se aprendi um idioma estrangeiro, por quê não aprender mais um? Daí comecei a comprar o curso de idiomas da globo e depois adquiri o livro Alemão para brasileiros e Alemão sem mestre. A pronúncia do alemão me assustou a princípio mas, por um outro lado, a regularidade da pronúncia me fez sentir um certo alívio. Ao contrário do inglês, que pode ter várias pronúncias para a mesma letra, o alemão somente requer que aprendamos a pronúncia de uma certa letra UMA VEZ. Assim sendo, [ei] sempre é pronunciado como [ai], [eu] é pronunciado como [ói], [ch] é pronunciado aproximadamente como o R carioca em PORTA[poXta].Mas esta facilidade na pronúncia escondia um fator que me faria abandonar os estudos do alemão até 1992: A GRAMÁTICA...

Ingles como lingua de comunicacao

Em 94 a minha relação com o inglês mudou pois precisei usá-lo no dia a dia pela primeira vez quando vim estudar no Japão pela primeira vez em 94. Havia vindo ao Japão com uma bolsa do Ministério da Educação do Japão (Antigo Monbusho) e morava em Okinawa. Devido a alguns estudantes não serem totalmente fluentes no japonês era necessário usar o inglês como língua de comunicação. Nessa época tive contato com vários sotaques diferentes do inglês e percebi que estava aprendendo o idioma real.
Senti na pele a diferença de ler, escutar e escrever inglês e realmente ter que expressar todas as minhas idéias nessa língua. Além do contato com os colegas, passei a assistir televisão somente em inglês pois em Okinawa havia um canal para as forças armadas americanas chamado FEN(Far East Network).
Devido a não haver muitos brasileiros em Okinawa tive um curso intensivo de inglês e japonês e acho que foi a minha melhor época de aprendizado de idiomas pois meu nível de inglês e japonês melhorou de uma forma inacreditável. Não adianta somente estudar o idioma, é preciso UTILIZÁ-LO!!

domingo, 28 de outubro de 2007

O ingles como instrumento de aprendizado

Após entrar na faculdade também percebi que o inglês seria uma porta para o aprendizado de outros idiomas pelo fato de haver uma vasta bibliografia para idiomas na língua inglesa. Comecei a estudar japonês com o dicionário da Kenkyusha chamado 和英中辞典(Dicionário japonês-inglês) e a revista que mais me ajudou a aprender vocabulário e treinar a audição foi a 日本語ジャーナル(Nihongo Journal), que apresenta conteúdos separados por níveis e dá as leituras de todos os kanjis que aparecem e tem muitos artigos traduzidos para o INGLÊS.Foi uma experiência ter sempre esse idioma como o filtro para os meus estudos de línguas estrangeiras pois isso diminuia a interferência do português no aprendizado.Por incrível que pareça QUASE NUNCA usei dicionários em português porque são raros e, quando existem, não têm muito vocabulário ou exemplos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Agora chegou a hora de usar o que aprendi…

Quando entrei na UFRJ em 1991 foi que comecei a usar o que havia aprendido de inglês para ler livros de lingüística ou conversar com estrangeiros que apareciam para fazerem curso de português.
Lembro-me de ter lido livros do Saussure e André Martinét em inglês. Hoje já posso ler em francês, mas isso é tema para outro tópico...Meus estudos da língua japonesa também foram todos feitos graças ao inglês, que havia se tornado em mínha língua franca.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Inglês para assistir filmes

Após escutar bastante música percebi que ler legendas no cinema, além de chato, fazia com que eu perdesse atenção no que estava acontecendo. A partir daí decidi que não mais leria legendas de FILME nenhum. O processo foi demorado e doloroso pois sempre assistia a qualquer filme 2 vezes. A primeira vez era para poder prestar atenção nas legendas e tentar lê-las antes de a fala acabar para que pudesse imaginar como diria isso em inglês. A segunda vez de assistir o filme seria para tentar ver o filme sem ler as legendas, algo que é muito difícil de fazer.
Hoje em dia assisto não só filmes mas também seriados e desenhos SEM QUALQUER legenda.
Pior do que ler legendas é ver filmes dublados, cujas vozes dos dubladores são as mesmas do tempo que assistia quando era criança. Sempre me pegava lembrando da voz de um dublador num filme diferente e associando ao personagem. Em outras palavras, não me conformava com a dublagem e largava de assistir ao filme. A pior parte da dublagem é que, além de perdermos a característica do original (Por exemplo o Eddie Murphy dublando o jumento em Shrek), os trocadilhos e piadas se perdem. Isso sem contar as músicas, que destoam totalmente do original.
MORTE ÀS LEGENDAS!!!

sábado, 20 de outubro de 2007

A musica foi o primeiro passo...

Estava no ano de 1988 e havia escutado U2 pela primeira vez. Amava as músicas "I still haven´t found", "New years day", "Sunday blood Sunday" , entre outras mas não fazia a mínima idéia do que eles cantavam.Daí decidi analisar as letras para saber o que era cantado. Tive a alegria de poder saber sobre o que falava a música "Sunday bloody Sunday", que falava de um massacre ocorrido na Rússia no passado. Isso me fez perceber que a música poderia ter um papel político e formar a consciência do ouvinte. Através de ouvir a música sob esse prisma a minha visão de música havia mudado e decidi não mais escutar o que não entendesse. Ao contrário do U2, que tinha letras mais politizadas, o The Smiths tinha letras que me fizeram desejar não saber inglês pois o entusiasmo de escutar as músicas após entender o significado desapareceu. Isso aconteceu com muitas outras bandas que escutei.
Música havia se tornado uma diversão prazerosa.
Após entender a música no original tive o impeto de romper outra barreira...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Minha paixão pelo inglês

Meu interesse peloinglês começou nos anos 80. Música em inglês sempre atraiu a minha atenção e ainda lembro-me de ter ouvido uma música de Nikka Costa. Não me conformava de ela estar cantando algo que eu não entendia e isso me deixava frustrado.
Lembro-me quando tive minha primeira aula de inglês em 1984...
Apesar de nem ao mesmo dominar minha língua materna na época, lembro-me da emoção de poder me expressar em outro idioma, utilizando palavras, gramática e fonética diferentes do que estava acostumado a usar. E essa paixão crescia a medida que começava a entender um pouco mais do idioma. Porém, percebi que o inglês ensinado na escola não era suficiente para atender às minhas demandas, já que escutava muita música inglesa. Em 87 decidi começar a ler a revista Speak Up e escutava as fitas ainda que não entendesse quase nada. Devido a não ter tido condições de fazer curso de inglês, simplesmente usava o pouco que havia aprendido no colégio e usava o meu dicionário inglês-português-inglês(Também da Speak Up) para traduzir parágrafo por parágrafo. Confesso que era uma tarefa bastante intimidante.
Minha paixão pelo inglês se intensificou em 88 quando comecei a escutar U2, The Smiths e outras bandas inglesas. Não me conformava em somente escutar o inglês, queria entender o que as letras diziam, o que me levou a comprar a revista ¨letras traduzidas¨.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Comecemos com minha estória...

Antes de começar é necessário falar do ambiente onde fui criado:
Periferia do Rio de Janeiro(Baixada fluminense), sem acesso a bons materiais de ensino de idiomas e, principalmente, sem pessoas com as quais pudesse praticar o que aprendesse. Confesso que o estudo era desmotivante às vezes.
Porém, havia dentro de mim uma vontade insaciável de expandir o meu espaço pessoal, conhecer novas culturas e conhecer o mundo `a minha volta.
Fui criado numa família humilde e meus pais não tiveram a oportunidade de estudar, o que fez com que investissem em mim dentro do possível. Desde que comecei a estudar inglês na escola percebi que um novo mundo havia chegado a mim: Um mundo no qual os conceitos que conhecia eram expressos de um modo diferente.A idéia de poder dizer algo de outro modo me fascinou de tal maneira que tomei horror a ler legendas e ficar cantando ¨imbromation¨.Havia decidido estudar inglês e entender os conceitos falados sem interferência de minha língua materna!

Como ser um poliglota?

Após mais de 19 anos dedicados aos estudos de línguas estrangeiras, decidi que está na hora de revelar alguns ¨segredos¨sobre esse mundo mágico do aprendizado de idiomas, que nos transforma como pessoas e nos dá uma visão diferente e privilegiada do mundo.
Estudar idiomas hoje em dia é indispensável se quisermos ser ¨cidadãos do mundo¨.
Tenho 34 anos e falo FLUENTEMENTE inglês, japonês e alemão, que aprendi praticamente sozinho, ainda que o ambiente da faculdade tenha me ajudado.
Nas próximas postagens estarei compartilhando a minha experiência no domínio de vários idiomas e a paixão que ainda tenho em continuar aprendendo...