terça-feira, 20 de novembro de 2007

Japonês para brasileiros

Após minha ausência temporária resolvi dar introdução a um tema que possa interessar muito aos lusófonos: Será que japonês é difícil mesmo?
Gostaria de começar com as vantagens que os lusófonos em geral têm:
1)Sistema fonético:
A pronúncia do japonês é fácil para brasileiros pois o português é um idioma vocálico e os sons são geralmente formados por consoante e vogal. Visto que o japonês utiliza um sistema fonético totalmente silábico, afirmo que a pronúncia é uma vantagem para os lusófonos e também hispânicos. Se lermos o japonês romanizado tal como falamos português (Sem mudarmos as vogais finais ¨e¨e ¨o¨para ¨i¨ e ¨u¨) e não pronunciarmos as vogais abertas (Japonês só tem 5 vogais, que são a, i, u, ê, ô) a maioria das pessoas vai nos entender. Quanto às consoantes, é importante saber que não existe ¨v¨ nem ¨l¨ em japonês, razão pela qual não existe aparelho de som ¨AIVA¨ (O correto é AIUA) nem moto ¨KAVAZAKI¨ (O correto é KAUASSAKI). Outro erro comum que vejo na pronúncia é ler o ¨s¨mediano como se fosse ¨Z¨. Não existe nenhuma cidade chamada ¨OZAKA¨ nem ¨NAGAZAKI¨.Osaka e Nagasaki são lidos como OSSAKA e NAGASSAKI.

2) Gramática:
Para quem fala uma língua repleta de regras gramaticais como o português, um idioma como o japonês, que não tem artigos, conjugação verbal(Felizmente), gênero nem distinção de singular ou plural é uma facilidade.

Na próxima postagem explicarei as dificuldades para os lusófonos em desbravarem este idioma singular.

Se alguém tiver alguma dúvida ou quiser que eu explique algo, deixe uma mensagem ou me mande um e-mail.

sábado, 10 de novembro de 2007

Japones e uma lingua dificil? Parte II

Na postagem passada citei as características gramaticais e vocabulares que facilitam aos coreanos aprenderem a língua japonesa. Os chineses também têm certas vantagens em relação aos falantes de línguas ocidentais, sendo que a principal é o conhecimento dos ideogramas 汉字 HANZI (Kanji em japonês. Tal conhecimento facilita sobremaneira a velocidade com a qual os chineses aprendem a falar japonês.
Porém, há ideogramas que em chinês têm significados diferentes do japonês como:
去 (Em chinês “Ir”, Em japonês “sair”), 说 (Em chinês "falar", em japonês "explicar"), 回 (Em chinês "voltar", em japonês "rodar"), 工作 (Em chinês "trabalho", em japonês "fabricação"), 手纸(手紙) (Em chinês "papel higiênico", em japonês "carta"), 书(書) (Em chinês "livro", em japonês "escrever"), 写 (Em chinês "escrever", em japonês "copiar"), 汽车(汽車)(Em chinês "trem elétrico", em japonês "locomotiva").

Fora a questão dos significados, os ideogramas usados na China são em grande parte simplificados e isso pode ser uma fonte de desentendimento como (Ideograma chinês primeiro):
车,車: Carro, 业、業: Trabalho, 术,術: Técnica, 东,東: Leste, 马、馬: Cavalo, 岁、歳: Idade, 剧、劇: Teatro, 个、個: Unidade, 动、動: Mover, entre outros. Eu sofri em relação a escrever em chinês pois comecei aprendendo ideogramas de TAIWAN, que usa a forma mais antiga de ideogramas, ou seja, 繁体字 (Letras tradicionais) enquanto a China usa 簡体字 (Ideogramas simplificados).
Na próxima postagem vamos ver as vantagens e desvantagens para um brasileiro aprender japonês!!
再见!(Zaijian: tchau em chinês)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Japonês é uma língua difícil?

Antes de entrar no assunto de japonês para brasileiros, gostaria de discorrer sobre uma afirmação que tenho ouvido por 10 anos no Japão: ¨O japonês é uma língua difícil¨ O que vocês acham?
Pessoalmente eu acho que a dificuldade de se aprender tem vários fatores, que podem se resumidos abaixo:
1) Língua materna do estudante
2) Chances de contato com o idioma
3) Necessidade de aprender o idioma
4) Motivação

Creio que pode haver outros fatores também mas gostaria de me concentrar no quesito língua materna. Após ter feito a JLPT para o nível 1, percebi que a maioria das pessoas que presta o teste são chineses ou coreanos. Será que isto é por acaso?
O coreano pertence a mesma família lingüística (Línguas altaicas) que o japonês e a estrutura gramatical usa a ordem SOV (Sujeito, objeto e verbo) e houve muito empréstimo lingüístico do chinês através dos ideogramas chineses (Kanji), fato que facilita que os coreanos aprendam muitíssimo mais rápido que falantes de línguas européias.
O coreano também usa partículas para indicar funções gramaticais, sendo que a partícula para sujeito (GA) é igual ao japonês. A partícula final para perguntas ¨KA¨ e a partícula indicando direção ¨E¨ também é igual. Exemplo: Kamunikka (Coreano):Você vai?, Ikimasu ka(Japonês):você vai? Hakkyo E kamnida(coreano)/Gakkou E ikimasu(japonês):Eu vou à escola.
Porém, creio que a maior vantagem dos coreanos é poder aprender vocabulário numa velocidade muitíssimo superior aos ocidentais. Vejamos alguns exemplos:
Hakkyo(coreano)/Gakkou(japonês): Escola, Hakusen(coreano)/Gakusei(japonês):Estudante, Hakkyo(coreano), Gakkou(japonês):Escola
Na próxima seção tentarei descrever a facilidade que os chineses têm em aprender o japonês.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Japonês na faculdade

Entrei na UFRJ para estudar japonês em 1991 e meus estudos autodidata começaram a agir a meu favor. Na época já havia passado o quarto nível(4級) da prova de proficiência de língua japonesa JLPT(Japanese Language Proficiency Test) e já sabia mais de 1000 kanjis. Comecei as aulas no 2º período mas achava as aulas muito fáceis e já assistia aulas do 4º período quando estava no 2º período da faculdade. No 3º período assisti aulas do 5º período e no 4º período comecei a assistir aulas do último período(8º) do curso. Quando entrei na faculdade já estava quase terminando o livro NIHONGO NO KISO II(Base da língua japonesa II) e aprendendo os kanjis relacionados as liçoes.
A minha maior vantagem para estudar o japonês foi o fato de saber inglês e por isso ter acesso a bons dicionários e gramáticas.
Talvez alguns estejam pensando que eu esteja numa egotrip hoje mas queria somente compartilhar minha experiência e mostrar que QUALQUER IDIOMA pode ser aprendido eficientemente se houver dedicação e consistência nos estudos. Idiomas não são só para gênios mas para pessoas DETERMINADAS!!Meu método preferido de fazer qualquer coisa é o ¨NO PAIN, NO GAIN¨.
Na próxima seção falarei um pouco das dificuldades e facilidades para um brasileiro estudando japonês...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Meu fascínio pela língua japonesa

Até hoje me pergunto porque comecei a estudar japonês...
Lembro-me de sempre ter apreciado o Japão e de assistir muitos desenhos japoneses quando era criança como Speedracer (Já perceberam que estou velho...), Heidi, Zillion e Pirata do espaço,etc. Confesso também que assisti muito Ultraman, Jaspion e outros programas congêneres. Porém, minha maior motivação para aprender japonês foi o fato de ter começado a praticar judô aos 12 anos, o que me inspirou a querer saber o que significavam os nomes das técnicas Seoi-nage, kata-guruma, harai-goshi entre outras. Quando estava no 1º. Ano do segundo grau em 1988 lembro-me de um amigão nissei que começou a me emprestar livros para que eu pudesse começar a aprender. Assim sendo, aprendi o as escritas silábicas HIRAGANA e KATAKANA por conta própria e comecei a aprender os fundamentos do idioma nipônico. Mas não imaginava o quão rápido aprenderia...
Após estudar por 2 anos totalmente sozinho e não ter muito material (Comecei a aprender ideogramas KANJI lendo revistas e anotando as leituras que encontrava).
Em 90 comecei a estudar num cursinho no centro do Rio e tinha 1 hora de aula por semana, na qual sempre surpreendia meu professor por sempre estudar vocabulário, gramática e ideogramas relativos a 3 lições! Devido a minha rapidez no aprendizado, meu professor me perguntou se eu havia nascido prematuro. Respondi-lhe que nasci no último dia que o médico havia previsto. Em 3 meses recordo ter terminado primeiro livro texto chamado NIHONGO NO KISO (Base da língua japonesa), o que me ajudaria no ano seguinte quando entraria para a UFRJ...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Viagem gramatical pelo alemão parte II

Na aula (Tortura?) passada falamos sobre o ACUSATIVO e DATIVO. Hoje gostaria de discorrer sobre o
NOMINATIVO e GENITIVO. O Nominativo é simplesmente o caso que indica SUJEITO e usa os artigos definidos DER, DAS e DIE para indicar, respectivamente, o gênero masculino, neutro e feminino. O plural destes artigos definidos é DIE.
Temos como exemplos de palavras em NOMINATIVO Der Lehrer (O professor), Das Kind (A criança) e Die Sprache (O idioma). Os gêneros em alemão podem ser difíceis para falantes do português pois, além de não haver gênero neutro em português, alguns gêneros são ilógicos para os lusófonos como Der Mond (Lua:masculino), Die Sonne ( Sol:feminino). Para quem se interessar pelo aspecto dos gêneros e outras dificuldades da língua alemã, aconselho ler um artigo de Mark Twain entitulado ¨The Awful German Language¨. Lembro-me de ter lido sobre a incongruência dos gêneros em alemão pelo fato de até um pepino (Die Gurke) ter gênero em alemão enquanto uma criança (Das Kind) não o tem...
Sobre o GENITIVO, este caso indica posse e tem como artigos DES, DES, DER respectivamente para masculino, neutro e feminino. A forma plural é DER. Temos como exemplo de dativo os seguintes substantivos: Des Kindes (Da criança), Des Vaters (Do pai), Der Mutter (Da mãe). Para uma tabela completa das declinações, creio que o esse link possa ajudar.
Será que eu estimulei os leitores a estudarem ou rejeitarem a língua alemã?