terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Gramática japonesa I

Após algum tempo conturbado finalmente posto de novo.
Contudo, descrever as dificuldades do aprendizado de uma língua é algo difícil, se não impossível, devido à variedade de pessoas que aprendem e suas motivações e/ou dedicação.
Creio que a dificuldade maior para os lusófonos ou falantes de línguas européias que usam a estrutura SVO é a ordem
SOV usada no japonês. Assim sendo, ¨Eu estudo japonês¨ seria ¨Watashi wa(Eu) nihongo wo (japonês) benkyou shimasu(Estudo)¨. A partícula de sujeito ¨wa¨ e de objeto direto ¨wo¨ são vestígios de declinação e, por isso, difíceis de entender pois no português não há marcadores de declinação. A introdução às declinações que foi postada anteriormente pode servir como referência.
Pelo fato de ser uma língua aglutinante, as funções gramaticais são acopladas ao final da palavra, sejam estas funções substantivas ou verbais. Quanto aos verbos, não se sabe se é presente/futuro afirmativo, presente/futuro negativo, passado, passado negativo, condicional ou condicional negativo até se ouvir o final da frase. Peguemos por exemplo o verbo falar (Hanasu), que tem respectivamente como formas de presente/futuro afirmativo, presente/futuro negativo, passado, passado negativo, condicional e condicional negativo: HanasHIMASU, hanaSHIMASEN, hashIMASHITA, hanashIMASENDESHITA, hanashITARA e hanasANAKATTARA. Quanto a presente e passado, as formas apresentadas são FORMAIS. As formas INFORMAIS são: Hanasu, hanasANAI, hanasHITA e hanasANAKATTA.
Creio que alguns leitores devem estar assustados e vou dar um tempinho para que tomem um chá e aguardem a próxima sessão.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Japonês para brasileiros

Após minha ausência temporária resolvi dar introdução a um tema que possa interessar muito aos lusófonos: Será que japonês é difícil mesmo?
Gostaria de começar com as vantagens que os lusófonos em geral têm:
1)Sistema fonético:
A pronúncia do japonês é fácil para brasileiros pois o português é um idioma vocálico e os sons são geralmente formados por consoante e vogal. Visto que o japonês utiliza um sistema fonético totalmente silábico, afirmo que a pronúncia é uma vantagem para os lusófonos e também hispânicos. Se lermos o japonês romanizado tal como falamos português (Sem mudarmos as vogais finais ¨e¨e ¨o¨para ¨i¨ e ¨u¨) e não pronunciarmos as vogais abertas (Japonês só tem 5 vogais, que são a, i, u, ê, ô) a maioria das pessoas vai nos entender. Quanto às consoantes, é importante saber que não existe ¨v¨ nem ¨l¨ em japonês, razão pela qual não existe aparelho de som ¨AIVA¨ (O correto é AIUA) nem moto ¨KAVAZAKI¨ (O correto é KAUASSAKI). Outro erro comum que vejo na pronúncia é ler o ¨s¨mediano como se fosse ¨Z¨. Não existe nenhuma cidade chamada ¨OZAKA¨ nem ¨NAGAZAKI¨.Osaka e Nagasaki são lidos como OSSAKA e NAGASSAKI.

2) Gramática:
Para quem fala uma língua repleta de regras gramaticais como o português, um idioma como o japonês, que não tem artigos, conjugação verbal(Felizmente), gênero nem distinção de singular ou plural é uma facilidade.

Na próxima postagem explicarei as dificuldades para os lusófonos em desbravarem este idioma singular.

Se alguém tiver alguma dúvida ou quiser que eu explique algo, deixe uma mensagem ou me mande um e-mail.

sábado, 10 de novembro de 2007

Japones e uma lingua dificil? Parte II

Na postagem passada citei as características gramaticais e vocabulares que facilitam aos coreanos aprenderem a língua japonesa. Os chineses também têm certas vantagens em relação aos falantes de línguas ocidentais, sendo que a principal é o conhecimento dos ideogramas 汉字 HANZI (Kanji em japonês. Tal conhecimento facilita sobremaneira a velocidade com a qual os chineses aprendem a falar japonês.
Porém, há ideogramas que em chinês têm significados diferentes do japonês como:
去 (Em chinês “Ir”, Em japonês “sair”), 说 (Em chinês "falar", em japonês "explicar"), 回 (Em chinês "voltar", em japonês "rodar"), 工作 (Em chinês "trabalho", em japonês "fabricação"), 手纸(手紙) (Em chinês "papel higiênico", em japonês "carta"), 书(書) (Em chinês "livro", em japonês "escrever"), 写 (Em chinês "escrever", em japonês "copiar"), 汽车(汽車)(Em chinês "trem elétrico", em japonês "locomotiva").

Fora a questão dos significados, os ideogramas usados na China são em grande parte simplificados e isso pode ser uma fonte de desentendimento como (Ideograma chinês primeiro):
车,車: Carro, 业、業: Trabalho, 术,術: Técnica, 东,東: Leste, 马、馬: Cavalo, 岁、歳: Idade, 剧、劇: Teatro, 个、個: Unidade, 动、動: Mover, entre outros. Eu sofri em relação a escrever em chinês pois comecei aprendendo ideogramas de TAIWAN, que usa a forma mais antiga de ideogramas, ou seja, 繁体字 (Letras tradicionais) enquanto a China usa 簡体字 (Ideogramas simplificados).
Na próxima postagem vamos ver as vantagens e desvantagens para um brasileiro aprender japonês!!
再见!(Zaijian: tchau em chinês)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Japonês é uma língua difícil?

Antes de entrar no assunto de japonês para brasileiros, gostaria de discorrer sobre uma afirmação que tenho ouvido por 10 anos no Japão: ¨O japonês é uma língua difícil¨ O que vocês acham?
Pessoalmente eu acho que a dificuldade de se aprender tem vários fatores, que podem se resumidos abaixo:
1) Língua materna do estudante
2) Chances de contato com o idioma
3) Necessidade de aprender o idioma
4) Motivação

Creio que pode haver outros fatores também mas gostaria de me concentrar no quesito língua materna. Após ter feito a JLPT para o nível 1, percebi que a maioria das pessoas que presta o teste são chineses ou coreanos. Será que isto é por acaso?
O coreano pertence a mesma família lingüística (Línguas altaicas) que o japonês e a estrutura gramatical usa a ordem SOV (Sujeito, objeto e verbo) e houve muito empréstimo lingüístico do chinês através dos ideogramas chineses (Kanji), fato que facilita que os coreanos aprendam muitíssimo mais rápido que falantes de línguas européias.
O coreano também usa partículas para indicar funções gramaticais, sendo que a partícula para sujeito (GA) é igual ao japonês. A partícula final para perguntas ¨KA¨ e a partícula indicando direção ¨E¨ também é igual. Exemplo: Kamunikka (Coreano):Você vai?, Ikimasu ka(Japonês):você vai? Hakkyo E kamnida(coreano)/Gakkou E ikimasu(japonês):Eu vou à escola.
Porém, creio que a maior vantagem dos coreanos é poder aprender vocabulário numa velocidade muitíssimo superior aos ocidentais. Vejamos alguns exemplos:
Hakkyo(coreano)/Gakkou(japonês): Escola, Hakusen(coreano)/Gakusei(japonês):Estudante, Hakkyo(coreano), Gakkou(japonês):Escola
Na próxima seção tentarei descrever a facilidade que os chineses têm em aprender o japonês.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Japonês na faculdade

Entrei na UFRJ para estudar japonês em 1991 e meus estudos autodidata começaram a agir a meu favor. Na época já havia passado o quarto nível(4級) da prova de proficiência de língua japonesa JLPT(Japanese Language Proficiency Test) e já sabia mais de 1000 kanjis. Comecei as aulas no 2º período mas achava as aulas muito fáceis e já assistia aulas do 4º período quando estava no 2º período da faculdade. No 3º período assisti aulas do 5º período e no 4º período comecei a assistir aulas do último período(8º) do curso. Quando entrei na faculdade já estava quase terminando o livro NIHONGO NO KISO II(Base da língua japonesa II) e aprendendo os kanjis relacionados as liçoes.
A minha maior vantagem para estudar o japonês foi o fato de saber inglês e por isso ter acesso a bons dicionários e gramáticas.
Talvez alguns estejam pensando que eu esteja numa egotrip hoje mas queria somente compartilhar minha experiência e mostrar que QUALQUER IDIOMA pode ser aprendido eficientemente se houver dedicação e consistência nos estudos. Idiomas não são só para gênios mas para pessoas DETERMINADAS!!Meu método preferido de fazer qualquer coisa é o ¨NO PAIN, NO GAIN¨.
Na próxima seção falarei um pouco das dificuldades e facilidades para um brasileiro estudando japonês...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Meu fascínio pela língua japonesa

Até hoje me pergunto porque comecei a estudar japonês...
Lembro-me de sempre ter apreciado o Japão e de assistir muitos desenhos japoneses quando era criança como Speedracer (Já perceberam que estou velho...), Heidi, Zillion e Pirata do espaço,etc. Confesso também que assisti muito Ultraman, Jaspion e outros programas congêneres. Porém, minha maior motivação para aprender japonês foi o fato de ter começado a praticar judô aos 12 anos, o que me inspirou a querer saber o que significavam os nomes das técnicas Seoi-nage, kata-guruma, harai-goshi entre outras. Quando estava no 1º. Ano do segundo grau em 1988 lembro-me de um amigão nissei que começou a me emprestar livros para que eu pudesse começar a aprender. Assim sendo, aprendi o as escritas silábicas HIRAGANA e KATAKANA por conta própria e comecei a aprender os fundamentos do idioma nipônico. Mas não imaginava o quão rápido aprenderia...
Após estudar por 2 anos totalmente sozinho e não ter muito material (Comecei a aprender ideogramas KANJI lendo revistas e anotando as leituras que encontrava).
Em 90 comecei a estudar num cursinho no centro do Rio e tinha 1 hora de aula por semana, na qual sempre surpreendia meu professor por sempre estudar vocabulário, gramática e ideogramas relativos a 3 lições! Devido a minha rapidez no aprendizado, meu professor me perguntou se eu havia nascido prematuro. Respondi-lhe que nasci no último dia que o médico havia previsto. Em 3 meses recordo ter terminado primeiro livro texto chamado NIHONGO NO KISO (Base da língua japonesa), o que me ajudaria no ano seguinte quando entraria para a UFRJ...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Viagem gramatical pelo alemão parte II

Na aula (Tortura?) passada falamos sobre o ACUSATIVO e DATIVO. Hoje gostaria de discorrer sobre o
NOMINATIVO e GENITIVO. O Nominativo é simplesmente o caso que indica SUJEITO e usa os artigos definidos DER, DAS e DIE para indicar, respectivamente, o gênero masculino, neutro e feminino. O plural destes artigos definidos é DIE.
Temos como exemplos de palavras em NOMINATIVO Der Lehrer (O professor), Das Kind (A criança) e Die Sprache (O idioma). Os gêneros em alemão podem ser difíceis para falantes do português pois, além de não haver gênero neutro em português, alguns gêneros são ilógicos para os lusófonos como Der Mond (Lua:masculino), Die Sonne ( Sol:feminino). Para quem se interessar pelo aspecto dos gêneros e outras dificuldades da língua alemã, aconselho ler um artigo de Mark Twain entitulado ¨The Awful German Language¨. Lembro-me de ter lido sobre a incongruência dos gêneros em alemão pelo fato de até um pepino (Die Gurke) ter gênero em alemão enquanto uma criança (Das Kind) não o tem...
Sobre o GENITIVO, este caso indica posse e tem como artigos DES, DES, DER respectivamente para masculino, neutro e feminino. A forma plural é DER. Temos como exemplo de dativo os seguintes substantivos: Des Kindes (Da criança), Des Vaters (Do pai), Der Mutter (Da mãe). Para uma tabela completa das declinações, creio que o esse link possa ajudar.
Será que eu estimulei os leitores a estudarem ou rejeitarem a língua alemã?

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Declinações no alemão

Ao contrário do Latim, que declina somente os substantivos, o alemão declina os artigos que precedem os substantivos e, às vezes, os substantivos também.
Essas declinações são tão complicadas que me fizeram abandonar os estudos do alemão em 90 para poder me dedicar ao japonês. Creio que a minha maior falha foi tentar decorar a tabela completa de declinações sem ter exemplos que me ajudassem a fixar o conteúdo.
Bom, vejamos as declinações em alemão. Dos idiomas europeus que usam os CASOS ou DECLINAÇÕES, creio que o alemão seja o idioma com menos casos: Nominativo. Acusativo, Dativo e Genitivo. Quando tentei estudar russo e, pior ainda, finlandês(15 casos?), fiquei com esgotamento mental de tanto aprender terminações gramaticais...
Vou tentar exemplificar o que disse, para que os prezados leitores não sofram alguma anomalia cerebral.
Eu falo com o professor: Ich spreche mit DEM Lehrer
Eu falo com a professora: Ich spreche mit DER Lehrerin
Eu falo com os professores: Ich spreche mit DEN LehrerN
Eu falo com as professoras: Ich spreche mit DEN Lehrerinnnen
Os exemplos acima são de usos do caso DATIVO, respectivamente no singular masculino, singular feminino, plural masculino e plural feminino.

Agora vejamos exemplos com o ACUSATIVO:
Eu vou ao supermercado: Ich gehe in DEN Supermarkt.
Eu vou ao cinema: Ich gehe INS (In+DAS) Kino
Eu vou à escola: Ich gehe in DIE Schule
Eu vou aos supermercados: Ich gehe in DIE Supermärkte

Outro ponto que deve ser citado é que em alemão há 3 gêneros: Masculino, feminino e neutro.
Cada gênero tem uma terminação diferente para cada caso, no singular e no plural.
Vamos deixar o genitivo e o nominativo para a próxima lição, antes que a cabeça de alguém fique KAPUTT!!!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Conceito de declinações

Quem já estudou o idioma ou, sendo mais exato, ousou aprender a língua alemã deve ter se intimidado com as declinações, que correspondem a terminações especiais dos substantivos para indicar uma função gramatical. Alguém pode estar pensando ¨Júlio pare de falar em grego¨ (Grego têm declinações ainda mais complicadas!) e explique melhor o que é declinação. Pelo fato de a função gramatical das palavras não mudar em português, tentarei dar alguns exemplos em Latim, idioma cujas aulas ¨assassinei¨ em favor de campeonatos ¨perde paga¨ de sinuca no pátio da UFRJ. Às vezes também cedia à tentação de tirar meus créditos de ¨optativa trailer¨ , onde compartilhava idéias com companheiros que degustavam um ¨suco de cevada¨. Cícero deve estar rolando no túmulo agora...
No primeiro ano de estudos na UFRJ tive aulas de Latim e fiquei assustado pelo fato de os substantivos terem diferentes terminações. Por exemplo a frase ¨A mulher ama o lobo¨ (Não digam que é uma frase inútil pois pode ser necessária algum dia...) seria ¨Femina amat lupum¨ (A mulher ama o lobo), sendo que LUPUM é a forma acusativa (Objeto direto) de LUPUS (Forma de sujeito ou NOMINATIVO). Mudando o sujeito para ¨LUPUS, teríamos ¨Lupus amat feminam¨, demonstrando que o substantivo ¨FEMINA¨ leva a terminação –m quando desempenha a função de ACUSATIVO (Objeto direto). Estas funções são chamadas CASOS e os nomes das declinações e as respectivas funções gramaticais encontram-se abaixo:
Nominativo(Sujeito), Acusativo (Obj.direto), Dativo (Obj.ind.), Genitivo (Posse) , Ablativo (Instrumental). Para quem tiver mais interesse em latim, creio que o seguinte link seja interessante: http://www.geocities.com/a_c_machado/Latim5.html
Está pronto para o alemão agora? Ainda há tempo para FUGIRUM AGORUM!!!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Minha paixão pela língua alemã

Quando estava na 2. série do 2. grau em 1989 (Como o tempo voa...)no Colégio Curso Martins no Méier (Desculpem-me por tantos detalhes de lugares e escolas que muitos não conhecem) tinha um amigo cujo apelido era Ninja(Adolescente tem muita criatividade, não é), cuja vó havia morado na Alemanha e sempre compartilhava a beleza da língua e literatura alemãs. Depois de ter viciado totalmente no inglês e já falar fluentemente pensei – Se aprendi um idioma estrangeiro, por quê não aprender mais um? Daí comecei a comprar o curso de idiomas da globo e depois adquiri o livro Alemão para brasileiros e Alemão sem mestre. A pronúncia do alemão me assustou a princípio mas, por um outro lado, a regularidade da pronúncia me fez sentir um certo alívio. Ao contrário do inglês, que pode ter várias pronúncias para a mesma letra, o alemão somente requer que aprendamos a pronúncia de uma certa letra UMA VEZ. Assim sendo, [ei] sempre é pronunciado como [ai], [eu] é pronunciado como [ói], [ch] é pronunciado aproximadamente como o R carioca em PORTA[poXta].Mas esta facilidade na pronúncia escondia um fator que me faria abandonar os estudos do alemão até 1992: A GRAMÁTICA...

Ingles como lingua de comunicacao

Em 94 a minha relação com o inglês mudou pois precisei usá-lo no dia a dia pela primeira vez quando vim estudar no Japão pela primeira vez em 94. Havia vindo ao Japão com uma bolsa do Ministério da Educação do Japão (Antigo Monbusho) e morava em Okinawa. Devido a alguns estudantes não serem totalmente fluentes no japonês era necessário usar o inglês como língua de comunicação. Nessa época tive contato com vários sotaques diferentes do inglês e percebi que estava aprendendo o idioma real.
Senti na pele a diferença de ler, escutar e escrever inglês e realmente ter que expressar todas as minhas idéias nessa língua. Além do contato com os colegas, passei a assistir televisão somente em inglês pois em Okinawa havia um canal para as forças armadas americanas chamado FEN(Far East Network).
Devido a não haver muitos brasileiros em Okinawa tive um curso intensivo de inglês e japonês e acho que foi a minha melhor época de aprendizado de idiomas pois meu nível de inglês e japonês melhorou de uma forma inacreditável. Não adianta somente estudar o idioma, é preciso UTILIZÁ-LO!!

domingo, 28 de outubro de 2007

O ingles como instrumento de aprendizado

Após entrar na faculdade também percebi que o inglês seria uma porta para o aprendizado de outros idiomas pelo fato de haver uma vasta bibliografia para idiomas na língua inglesa. Comecei a estudar japonês com o dicionário da Kenkyusha chamado 和英中辞典(Dicionário japonês-inglês) e a revista que mais me ajudou a aprender vocabulário e treinar a audição foi a 日本語ジャーナル(Nihongo Journal), que apresenta conteúdos separados por níveis e dá as leituras de todos os kanjis que aparecem e tem muitos artigos traduzidos para o INGLÊS.Foi uma experiência ter sempre esse idioma como o filtro para os meus estudos de línguas estrangeiras pois isso diminuia a interferência do português no aprendizado.Por incrível que pareça QUASE NUNCA usei dicionários em português porque são raros e, quando existem, não têm muito vocabulário ou exemplos.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Agora chegou a hora de usar o que aprendi…

Quando entrei na UFRJ em 1991 foi que comecei a usar o que havia aprendido de inglês para ler livros de lingüística ou conversar com estrangeiros que apareciam para fazerem curso de português.
Lembro-me de ter lido livros do Saussure e André Martinét em inglês. Hoje já posso ler em francês, mas isso é tema para outro tópico...Meus estudos da língua japonesa também foram todos feitos graças ao inglês, que havia se tornado em mínha língua franca.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Inglês para assistir filmes

Após escutar bastante música percebi que ler legendas no cinema, além de chato, fazia com que eu perdesse atenção no que estava acontecendo. A partir daí decidi que não mais leria legendas de FILME nenhum. O processo foi demorado e doloroso pois sempre assistia a qualquer filme 2 vezes. A primeira vez era para poder prestar atenção nas legendas e tentar lê-las antes de a fala acabar para que pudesse imaginar como diria isso em inglês. A segunda vez de assistir o filme seria para tentar ver o filme sem ler as legendas, algo que é muito difícil de fazer.
Hoje em dia assisto não só filmes mas também seriados e desenhos SEM QUALQUER legenda.
Pior do que ler legendas é ver filmes dublados, cujas vozes dos dubladores são as mesmas do tempo que assistia quando era criança. Sempre me pegava lembrando da voz de um dublador num filme diferente e associando ao personagem. Em outras palavras, não me conformava com a dublagem e largava de assistir ao filme. A pior parte da dublagem é que, além de perdermos a característica do original (Por exemplo o Eddie Murphy dublando o jumento em Shrek), os trocadilhos e piadas se perdem. Isso sem contar as músicas, que destoam totalmente do original.
MORTE ÀS LEGENDAS!!!

sábado, 20 de outubro de 2007

A musica foi o primeiro passo...

Estava no ano de 1988 e havia escutado U2 pela primeira vez. Amava as músicas "I still haven´t found", "New years day", "Sunday blood Sunday" , entre outras mas não fazia a mínima idéia do que eles cantavam.Daí decidi analisar as letras para saber o que era cantado. Tive a alegria de poder saber sobre o que falava a música "Sunday bloody Sunday", que falava de um massacre ocorrido na Rússia no passado. Isso me fez perceber que a música poderia ter um papel político e formar a consciência do ouvinte. Através de ouvir a música sob esse prisma a minha visão de música havia mudado e decidi não mais escutar o que não entendesse. Ao contrário do U2, que tinha letras mais politizadas, o The Smiths tinha letras que me fizeram desejar não saber inglês pois o entusiasmo de escutar as músicas após entender o significado desapareceu. Isso aconteceu com muitas outras bandas que escutei.
Música havia se tornado uma diversão prazerosa.
Após entender a música no original tive o impeto de romper outra barreira...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Minha paixão pelo inglês

Meu interesse peloinglês começou nos anos 80. Música em inglês sempre atraiu a minha atenção e ainda lembro-me de ter ouvido uma música de Nikka Costa. Não me conformava de ela estar cantando algo que eu não entendia e isso me deixava frustrado.
Lembro-me quando tive minha primeira aula de inglês em 1984...
Apesar de nem ao mesmo dominar minha língua materna na época, lembro-me da emoção de poder me expressar em outro idioma, utilizando palavras, gramática e fonética diferentes do que estava acostumado a usar. E essa paixão crescia a medida que começava a entender um pouco mais do idioma. Porém, percebi que o inglês ensinado na escola não era suficiente para atender às minhas demandas, já que escutava muita música inglesa. Em 87 decidi começar a ler a revista Speak Up e escutava as fitas ainda que não entendesse quase nada. Devido a não ter tido condições de fazer curso de inglês, simplesmente usava o pouco que havia aprendido no colégio e usava o meu dicionário inglês-português-inglês(Também da Speak Up) para traduzir parágrafo por parágrafo. Confesso que era uma tarefa bastante intimidante.
Minha paixão pelo inglês se intensificou em 88 quando comecei a escutar U2, The Smiths e outras bandas inglesas. Não me conformava em somente escutar o inglês, queria entender o que as letras diziam, o que me levou a comprar a revista ¨letras traduzidas¨.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Comecemos com minha estória...

Antes de começar é necessário falar do ambiente onde fui criado:
Periferia do Rio de Janeiro(Baixada fluminense), sem acesso a bons materiais de ensino de idiomas e, principalmente, sem pessoas com as quais pudesse praticar o que aprendesse. Confesso que o estudo era desmotivante às vezes.
Porém, havia dentro de mim uma vontade insaciável de expandir o meu espaço pessoal, conhecer novas culturas e conhecer o mundo `a minha volta.
Fui criado numa família humilde e meus pais não tiveram a oportunidade de estudar, o que fez com que investissem em mim dentro do possível. Desde que comecei a estudar inglês na escola percebi que um novo mundo havia chegado a mim: Um mundo no qual os conceitos que conhecia eram expressos de um modo diferente.A idéia de poder dizer algo de outro modo me fascinou de tal maneira que tomei horror a ler legendas e ficar cantando ¨imbromation¨.Havia decidido estudar inglês e entender os conceitos falados sem interferência de minha língua materna!

Como ser um poliglota?

Após mais de 19 anos dedicados aos estudos de línguas estrangeiras, decidi que está na hora de revelar alguns ¨segredos¨sobre esse mundo mágico do aprendizado de idiomas, que nos transforma como pessoas e nos dá uma visão diferente e privilegiada do mundo.
Estudar idiomas hoje em dia é indispensável se quisermos ser ¨cidadãos do mundo¨.
Tenho 34 anos e falo FLUENTEMENTE inglês, japonês e alemão, que aprendi praticamente sozinho, ainda que o ambiente da faculdade tenha me ajudado.
Nas próximas postagens estarei compartilhando a minha experiência no domínio de vários idiomas e a paixão que ainda tenho em continuar aprendendo...